Tecnologia pode barrar desmatamento e garimpo ilegal na Amazônia


Segundo dados recentes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nos primeiros três meses deste ano, a Amazônia registrou o maior número acumulado de alertas de desmatamento desde 2016, com perdas de 941,34 km² de floresta. Em 2021, foram registrados 573,29 km² no mesmo período, o que marca um aumento percentual de cerca de 60% em 2022, mesmo nos meses em que as chuvas na região costumam derrubar os dados de desmatamentos e queimadas. Em 2021, o Amazonas registrou um total de 14.848 focos de incêndio.

Em um documento enviado à Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil se comprometeu a reduzir o volume de gases liberados na atmosfera até 2025 em 37%, considerando as emissões de 2005. Entretanto, segundo levantamento do MapBiomas, o garimpo ilegal é um grande responsável pelo desmatamento que também precisa de atenção. O projeto mostra que os impactos do garimpo chegam hoje a 500 km de distância e a área de atuação cresceu 495% em 10 anos, sendo realizado ilegalmente por garimpeiros até mesmo dentro de áreas protegidas da Amazônia, como territórios indígeras.

Para Daniel Candido, especialista em Recursos Naturais da Imagem Geosistemas, é preciso, além de praticar ações sustentáveis e a redução de gases poluentes, buscar medidas para prevenir e combater o desmatamento, os focos de incêndio e as atividades ilegais, e para preservar terras indígenas. “Nesse cenário, o investimento em tecnologia geográfica é o mais indicado, por trazer soluções mais rápidas através de sistemas de reflorestamento, monitoramento em tempo real e análises de Big Data”, afirma.

Os satélites e radares de calor podem monitorar o desmatamento e as queimadas em lugares como a Amazônia, e oferecer a análise de imagens que são transmitidas em tempo real para possibilitar a rápida identificação de alterações no terreno, suas causas e consequências. Assim, é possível acionar rapidamente o órgão responsável mostrando, por exemplo, a área em que está havendo incêndios florestais ou desmatamento por garimpo ilegal, além de auxiliar o governo na tomada de decisões para a realização de medidas protetivas e preventivas.

“Temos satélites em órbita com a capacidade de imageamento orbital, equipados com sensores ativos ou passivos que nos permitem realizar a coleta de imagens da superfície terrestre mesmo em condições climáticas desfavoráveis, como chuvas e núvens em excesso”, conta Daniel Candido. Essa tecnologia, essencial para preservar áreas verdes no curto, médio e longo prazo, podem ser utilizadas também para proteger os territórios indígenas, uma necessidade que voltou a ficar em pauta depois das últimas denúncias referentes ao garimpo ilegal.

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