Grupos da cidade e a banda alternativa Djangos, do Rio de Janeiro, também levantam o público na Barra de Maricá
O terceiro dia de Festival Cultura Rock Praia no sábado (14/10) contou com atrações de tirar o folego, a maioria formada por bandas de Maricá. No palco Futuro, o público acompanhou as performances de “Black Mother”, “Onvecna” e “Djangos”. No Gaia, aconteceram as apresentações de “Vizinhos de Marte”, “Dive”, “Lalinha” e da consagrada banda de rap “Pavilhão 9”, criada em 1990 e conhecida nacionalmente por suas letras políticas e de protestos.
“Para nós é muito importante ser lembrado, porque a gente gosta dessa cultura urbana que é muito forte no Brasil. Não é diferente aqui em Maricá, cidade que tem praia, litoral, mas que a galera gosta muito de rock, rap, skate e surf. Eu acho que é importantíssimo ter mais festivais com esse perfil, com esse viés pra cidade. Não só os outros gêneros musicais que já são mais evidentes, mas também o rock e o rap, porque a juventude gosta desse estilo de música. E a gente está muito honrado de ter sido convidado para fechar a noite de sábado. Para nós, é uma honra”, disse o vocalista Rhossi.
“O Pavilhão sempre teve essa característica de tocar na ferida, de apontar as mazelas à sociedade, apontar as situações. E a gente busca sempre, não só apontar, mas trazer a esperança de que aquilo pode melhorar. Os erros sempre vão acontecer e eles acontecem desde os anos 90, porém, agora, a gente tem umas linhas de frente para combater isso. Mas é lógico que os problemas não se encerram da noite para o dia e o Brasil é um país muito grande, onde temos muitos problemas dentro da própria periferia”, completou o vocalista Doze.
Líder da banda alternativa Djangos, de Jacarepaguá (Rio de Janeiro), Marco Homobono avaliou a realização do evento gratuito.
“Acho que é muito importante o governo, no caso, a prefeitura, investir em cultura e na diversidade, porque o mainstreaming está muito poluído. Tem um monopólio aí. É importante quebrar isso pra mostrar a diversidade da produção cultural, porque a gente tem vários produtores culturais, vários artistas e compositores. Então, é importante mostrar essa gama para a população e mostrar a cultura sendo produzida. Por isso, eu acho que é de suma importância essas iniciativas”, avaliou Homobono.
“Vários desses nomes que se apresentam aqui são referências pra gente, para o nosso tipo de som. Então, ter essa oportunidade na cidade, sendo uma banda local, é maravilhoso pra gente. Além disso, fomenta outras bandas a participarem, a se formarem e incentiva o rock, porque tem muita gente que gosta desse gênero”, completou PV Vieira, vocalista da Black Mother.
Morador de Itaipuaçu há 17 anos, Lalinha falou sobre a felicidade de poder subir ao palco durante o festival, com um repertório autoral.
“Para mim, essa iniciativa veio numa hora muito boa, pra acabar com essa falação de que aqui não tem oportunidade para o rock. Eu acho muito importante esse evento e espero que ele possa fazer parte do calendário da cidade como um evento anual, porque tenho certeza de que ele vai agregar muito”, disse o cantor minutos antes de se apresentar.
Nadja Castelo Branco falou da alegria de ter um evento de rock pertinho de sua casa. “Eu amo rock. Acho até que a gente precisa ter mais eventos com rock, porque a sensação que eu tenho é que ele está ficando perdido no tempo. Então, pra mim, é de suma importância um evento desse porte. Vim para cá todos os dias, quase que de pijama, com meia, embaixo de chuva, a pé, porque não perco”, contou a confeiteira, que mora na localidade.
Ao lado de um amigo de seu motoclube, Alexandre Souza, 45 anos, parabenizou a organização do festival. “Muito bom, não tem coisa melhor do que o rock 'n' roll. A chuva atrapalhou um pouco, mas a estrutura toda do evento, o som, os palcos, está tudo show de bola. Melhor do que o Rock in Rio. Nota 10!”, avaliou o morador do Flamengo.
Neste domingo (15/10), último dia de festival, as apresentações contarão com a banda prata da casa Thunderock. Também se apresentam dois grupos já consagrados, Biquini Cavadão e Nenhum de Nós, além de Dr. Silvana, e da cantora Pitty.
O evento é promovido pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura.
Programação dia 15/10 (domingo)
- 16h45 – Thunderock (Futuro)
- 17h30 – Dr. Silvana (Gaia)
- 19h – Biquini Cavadão (Futuro)
- 20h30 - Nenhum de Nós (Futuro)
- 22h30 – Pitty (Gaia)